Como ciclos de aprendizado curtos impulsionam os lucros do varejo físico
Os ciclos de aprendizado mais curtos estão revolucionando o varejo físico. Aprenda encurtar os ciclos da sua operação, transformar comportamentos e impulsionar a lucratividade
Autor
Matheus Flores
Última atualização
May 20, 2025
Tempo de leitura
9 minutos de leitura
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Já se perguntou por que negócios digitais crescem tanto?

A resposta não tem a ver com necessidade menor de mão de obra e nem de custos de manutenção de um espaço físico. Tem a ver com os ciclos de aprendizado no varejo.

A verdade é: o e-commerce prospera porque a gestão aprende rápido — lançando mudanças, medindo resultados e ajustando estratégias em questão de horas.

O varejo físico, por outro lado, sempre operou com ciclos de aprendizado muito mais longos, em que a clareza de um problema e de sua solução só vinha em três meses, ou até um ano.

Até agora.

A transformação dos ciclos de aprendizado

O tempo de aprendizado no varejo físico está começando a mudar. Novas tecnologias agora disponibilizam mais dados da operação a custos mais baixos, viabilizando ciclos de aprendizado e melhoria mais curtos. Chamamos isso de Varejo de Precisão — direcionar as melhorias certas, na frequência certa, com os mecanismos de feedback certos.

Já vimos lojas da Subway reduzirem seu custo de insumos em 9 pontos percentuais em dois meses. Outras aumentaram o ticket médio de vendas em 14% com ajustes eficazes e pontuais no trabalho dos funcionários. Essas não são melhorias aqui e ali — são transformações que mudam o patamar de rentabilidade dos negócios.

Por que aprender é tão importante no varejo

O aprendizado eficaz no varejo passa por quatro elementos:

Um ambiente válido: O varejo é perfeito para aprender, porque mantém padrões claros e tarefas repetitivas;

Desconforto produtivo: Só aprendemos o que ainda não sabemos, como mostrou o psicólogo e professor da Florida State University Anders Ericsson em sua pesquisa sobre como criar expertise;

Iteração constante: Repetição com variação refina habilidades;

Feedback oportuno: Sem ele, a conexão entre ação e resultado se perde.

Pense no que o economista vencedor do Prêmio Novel Daniel Kahneman observou sobre anestesistas e radiologistas: os primeiros recebem retorno imediato sobre suas ações durante procedimentos, e evoluem rapidamente, enquanto os radiologistas raramente sabem a precisão de seus diagnósticos, tornando o aprimoramento muito mais difícil.

A revolução tecnológica que mudou ciclos de aprendizado

O que transformou o varejo recentemente não foram apenas novos produtos ou canais de venda, mas a nova relação custo-benefício de medir e fornecer feedback.

Hoje, a visão computacional pode analisar o que acontece nas lojas e gerar dados úteis para tomar decisões, a um custo acessível. Sistemas em nuvem processam essas informações em escala.

Um exemplo prático: antes, um funcionário montando sanduíches recebia treinamento inicial, e depois só feedbacks esporádicos. Agora, com os clientes da Visio, uma câmera monitora a montagem, a IA analisa as imagens, e os gerentes conseguem visualizar em minutos problemas que antes não conseguiriam identificar em meses.

O resultado? Em vez de 2 ou 3 ciclos de aprendizado por ano, esse funcionário tem mais de 100 oportunidades de crescimento anualmente. Graças à tecnologia, o treinamento se torna específico, personalizado e muito mais eficaz.

Encontrando a frequência ideal de feedback

Toda atividade no varejo tem sua "frequência natural". Você compra estoque semanalmente, limpa a loja diariamente e monta sanduíches centenas de vezes por turno.

A arte está em equilibrar:

  • A frequência natural da atividade;
  • O custo-benefício do feedback;
  • Fatores humanos (excesso de desconforto causa esgotamento nas pessoas).

Nossa experiência mostra que, para montagem de alimentos, feedback a cada um ou dois dias funciona muito bem. Para gestão de estoque, ciclos semanais são ideais. Para técnicas de venda, 2 ou 3 vezes por semana oferecem oportunidades suficientes sem cansar o time.

O poder dos pontos luminosos

A abordagem mais transformadora não é apontar erros, mas identificar e ampliar o que já funciona bem. Chamamos isso de "pontos luminosos", inspirados no livro Switch, best-seller dos professores universitários americanos Chip e Dan Heath.

Em vez de criticar sanduíches mal montados, gestores eficazes destacam exemplos perfeitos e reconhecem quem os preparou. Em vez de reclamar de vendas baixas, identificam quem vende mais e compartilham suas técnicas.

Os resultados são impressionantes:

  • Uma loja de alimentos que acompanhamos reduziu o custo de mercadorias de 42% para 33% em apenas dois meses.
  • Outra operação aumentou o ticket médio em 14% em questão de semanas ao estudar e replicar as técnicas da unidade com mais vendas de bebidas.

Para o dono do negócio, isso significa um aumento percentual muito maior nos lucros, já que os custos fixos permanecem os mesmos enquanto produtos com mais valor agregado impulsionam o crescimento.

O condutor, o elefante e o caminho

Ao implementar ciclos de aprendizado mais curtos, é útil entender que a mudança de comportamento, inclusive no varejo, exige abordar três elementos, que os irmãos Heath descrevem como “o condutor, o elefante e o caminho”.

  • O condutor (lado racional): forneça instruções claras e específicas.  Se os funcionários não sabem a ordem certa para montar um sanduíche, mostre os passos exatos com exemplos visuais. Não diga apenas “melhore seu discurso de vendas” — demonstre exatamente quais palavras e frases estimulam a venda de bebidas, por exemplo.
  • O elefante (lado emocional): crie motivação através de reconhecimento do trabalho do funcionário, como elogios ou até gratificações.
  • O caminho (ambiente): torne os comportamentos desejados mais fáceis de executar. Se um funcionário coloca alface demais nos sanduíches, ofereça alguma  ferramenta que ajude a pegar a quantidade certa. Ou então, se quiser aumentar as vendas de bebidas, posicione as opções de bebida no local mais visível do caixa.

Quando você aborda os três simultaneamente, a mudança acontece naturalmente e se mantém ao longo do tempo.

Medindo o que realmente importa

O segredo para encurtar ciclos de aprendizado está em conectar as métricas do negócio aos comportamentos específicos que os funcionários controlam:

  • Para o dono: custo de mercadorias, valor do ticket médio;
  • Para os gerentes: porcentagem de produtos dentro do padrão, taxa de vendas adicionais;
  • Para a linha de frente: número de produtos montados corretamente, sugestões bem-sucedidas por turno.

Cada pessoa deve ter uma ou duas métricas claras, diretamente ligadas às suas ações diárias. Quando o feedback se concentra nessas métricas, os funcionários entendem exatamente como seu comportamento impacta os resultados do negócio.

O futuro do aprendizado no Varejo

Imagine sistemas que capturam dados reais sobre o histórico de desempenho de cada funcionário, identificando automaticamente as áreas de maior impacto de melhoria, e  entregando módulos de microtreinamento personalizados nos celulares deles. Elementos de gamificação, como os já usados por aplicativos de aprendizado de idiomas, podem tornar o processo mais envolvente e recompensador.

Ao mesmo tempo, os seres humanos vão continuar sendo o centro do processo de aprendizado. A abordagem mais eficaz combina análise de dados orientada por IA com o acompanhamento humano. A tecnologia pode identificar padrões e oportunidades, mas os gestores contextualizam, e a conexão humana motiva mudanças duradouras.

Vemos que a tecnologia não tira os gerentes da equação, mas os torna mais eficazes, direcionando a atenção deles para o que realmente importa na loja.

Começando uma jornada de aprendizado acelerado na sua loja ou restaurante

Você não precisa de altos investimentos para começar:

  • Identifique uma área de alto impacto com atividades frequentes;
  • Estabeleça métricas claras para o desempenho atual;
  • Encontre pontos luminosos que já existem na sua operação;
  • Crie um sistema simples de feedback frequente e positivo;
  • Meça os resultados;
  • Crie rituais para celebrar as melhorias, reconhecendo os funcionários envolvidos.

Em um mercado cada vez mais competitivo, o Varejo de Precisão com ciclos de aprendizado acelerados não só nivela o jogo, mas cria também um tipo de excelência humana que o e-commerce simplesmente não consegue igualar.

A vantagem competitiva do varejo físico sempre foi a conexão humana. Ao acelerar os ciclos de aprendizado, não acabamos com esse trunfo, e sim potencializamos, ajudando os profissionais do varejo a se desenvolverem mais rapidamente e alcançarem níveis de excelência.

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Quer ver como sua operação pode implementar ciclos de aprendizado mais curtos e eficazes?

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Com recursos de IA, a Visio captura informações da rotina da sua loja, como o comportamento dos funcionários no caixa ou a qualidade das montagens de sanduíches, identifica oportunidades de melhoria que impactam a lucratividade e direciona treinamentos curtos e personalizados.

Franqueados que usam a Visio faturam em média 40% que outros franqueados. Implementando melhorias mais rápido que nunca, você vê seu CMV cair, seu ticket médio aumentar e sua equipe mais engajada.

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